Anselmo Vasconcelos relembra trajetória de mais de 50 anos na arte no The Noite desta segunda (7)

Ator e diretor com mais de cinco décadas dedicadas à arte, Anselmo Vasconcelos é o convidado do The Noite com Danilo Gentili desta segunda-feira, 7 de julho. Com passagens marcantes pela televisão, teatro e cinema, ele relembra episódios curiosos e emocionantes da vida e da carreira.

Nascido de uma gestação inesperada de gêmeos, em que apenas ele se desenvolveu, Anselmo cresceu em frente ao Maracanã, onde viveu uma história inusitada com ninguém menos que Nelson Rodrigues.

“Meu pai era alfaiate. Morávamos em frente ao Maracanã, no portão 20. Um dia, o Nelson Rodrigues precisou consertar uma roupa e foi até lá. Eu estava voltando da escola, e meu pai pediu para ele me dar um conselho: ‘Anselminho, seja burro. As mulheres detestam os homens inteligentes’”, conta.

A amizade entre seu pai e o dramaturgo gerou outras histórias. “Ninguém sabe disso. O Nelson Rodrigues ficou amigo do meu pai e dava a tribuna de honra dele para o papai assistir ao jogo enquanto ele dava um rolê. Depois, ele ligava para o meu pai para saber como tinha sido o jogo e escrever a crônica no Jornal dos Sports, mas não lembrava como tinha sido o segundo gol. Aí ele escreveu: ‘Atrás do gol do Bangu estava ele, o Sobrenatural de Almeida.’ O Almeida era o meu pai.”

A paixão pela arte surgiu na escola, inspirado por uma professora. Anselmo escreveu uma peça, chamou dois amigos para encenar e surpreendeu a família, que o via como um garoto tímido. Nesse momento, decidiu abandonar a ideia de cursar medicina para seguir no teatro. O cinema veio logo depois, com a estreia em “Se Segura, Malandro!”, de 1978.

De lá para cá, foram mais de 50 filmes, incluindo produções estrangeiras rodadas no Brasil. Em República dos Assassinos, interpretou a travesti Eloína, que marcou um momento histórico. “Foi o primeiro beijo gay da história do cinema brasileiro, talvez da arte brasileira”, relembra. A cena, improvisada entre dois atores heterossexuais, não estava no roteiro e rendeu prêmios internacionais ao ator.

Na televisão, Anselmo também brilhou no humor. Fã de Golias desde criança, imitava o comediante na escola e achou que era trote quando recebeu um convite para a série Bronco, spin-off de Família Trapo. Viveu o personagem Chacal, amigo do protagonista. “Foi um dos grandes encontros da minha vida. Foi minha faculdade, meu PhD, meu pós-doutorado.”

O humor o levou ao Zorra Total, onde entrou após improvisar numa gravação. “Eu fiz um comercial com o Carlos Manga, que gostou do meu trabalho e disse: ‘Vou começar um programa na Globo que acho que vai durar uns quatro meses. Se quiser, eu te coloco lá.’ Eu disse: ‘Por favor!’” No programa, viveu diversos personagens e permaneceu até o último episódio.

O bom humor já aparece na entrada do programa: Anselmo pede que toquem “Inútil”, clássico do Ultraje a Rigor. E não esconde o orgulho de torcedor: mostra a camisa do Fluminense por baixo do casaco e comemora a campanha histórica do clube como semifinalista da atual edição da Copa do Mundo de Clubes.

Atualmente, Anselmo está à frente de novos projetos. Está iniciando as filmagens de ‘Toda Nudez Será Castigada’. Já no teatro, atualmente dirige a peça ‘O Diabo em Mrs. Davis’, inspirada na vida de Bette Davis, que está em cartaz no Teatro Provocações, no Rio de Janeiro, de quinta a domingo, até o dia 31 de julho.

O The Noite é apresentado por Danilo Gentili e vai ao ar de segunda a sexta-feira, no SBT. Hoje, a partir de 00h.

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