Salvador viveu, na manhã deste domingo (14), um forte e emocionante chamado à consciência social. Centenas de mulheres e apoiadores tomaram as ruas da capital baiana, em caminhada do Cristo da Barra ao Farol da Barra, durante o Levante Mulheres Vivas, movimento nacional que luta contra o feminicídio e todas as formas de violência de gênero.
Vestidas de roxo — cor símbolo da resistência e da luta feminina — as manifestantes transformaram o trajeto em um ato de denúncia, memória e esperança. Faixas, palavras de ordem, música e discursos emocionados ecoaram um recado claro: a vida das mulheres importa e precisa ser prioridade.
O ato foi organizado pelo Levante Mulheres Vivas Nacional e coordenado em Salvador por Sandra Muñoz, Naiara Negreiros, Brenda Neves, Julia Lavigne, Márcia Fernandes e Gimenia Marx fortalecendo a mobilização local e conectando a capital baiana a uma rede nacional de enfrentamento à violência contra a mulher.
“Não é apenas um protesto, é um grito coletivo por justiça e proteção. Cada mulher que perde a vida representa uma falha da sociedade e do Estado. Não estamos sozinhas e não vamos nos calar”, afirmou Sandra Muñoz, coordenadora do movimento em Salvador.
Um alerta urgente
A mobilização acontece em meio a dados alarmantes: em 2024, o Brasil registrou cerca de 1.450 casos de feminicídio, muitos deles cometidos por parceiros ou ex-parceiros, dentro do próprio lar. Números que escancaram que, mesmo com legislações específicas, como a Lei Maria da Penha, a violência contra mulheres segue sendo uma realidade cotidiana e brutal.
O Levante Mulheres Vivas chama atenção para a urgência de políticas públicas eficazes, ações preventivas, fortalecimento das redes de apoio às vítimas e educação social contínua — indo além da punição e atuando na raiz do problema.
Um ato simbólico e um compromisso coletivo
No encerramento, no Farol da Barra, foi realizado um momento simbólico em homenagem às mulheres vítimas da violência, reforçando a mensagem de união, resistência e compromisso com a vida. A pergunta que ecoou entre as participantes também foi um convite à reflexão para toda a sociedade: quantas mulheres ainda precisarão morrer para que essa pauta seja tratada como prioridade?
O Levante Mulheres Vivas segue mobilizado e anuncia novas ações, convocando a sociedade civil, instituições e o poder público a se manterem engajados na construção de um futuro onde mulheres possam viver com segurança, dignidade e respeito.