O Rio de Janeiro sedia, no próximo 14 de outubro, o Circuito 100 Anos do Art Déco, projeto nacional realizado pela Elysium Sociedade Cultural em celebração ao centenário do movimento que marcou a estética da arquitetura, do design e das artes visuais no século XX. Além da capital fluminense, o circuito passa também por Salvador (11/10), São Paulo (18/10) e Goiânia (22/10).

Com programação gratuita, o encontro no Rio acontece a partir das 15h, no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), na Glória.

Sob o título “100 anos do Art Déco – Rio de Janeiro, capital Art Déco do Brasil”, a edição busca lançar luz sobre a presença robusta do estilo na cidade e sua importância no contexto urbano e cultural brasileiro.

A programação inclui uma mesa de debates com nomes de referência no tema e uma roda de conversa entre especialistas, além do lançamento de dois livros dedicados ao patrimônio arquitetônico.

“O Art Déco foi e continua sendo um estilo perene, presente em diversas localidades brasileiras. Estamos em um momento de redescobrir esse legado e popularizar o conhecimento sobre o estilo. É importante levar esse debate para diferentes territórios”, afirma Wolney Unes, diretor técnico da Elysium.

*Programação*

Às 15h, a mesa principal reúne o jornalista e doutor em Teoria e História da Arte Júlio Bandeira, que abordará a presença do estilo nas diferentes tipologias arquitetônicas da cidade; o pesquisador e fundador do Instituto Art Déco Brasil, Márcio Roiter, referência internacional no tema; e o arquiteto e pesquisador da Fiocruz Renato Gama Rosa, autor de “Salas de Cinema Art Déco do Rio de Janeiro”, que apresentará um panorama sobre a expansão internacional do estilo e sua aplicação nas salas de exibição.

O debate será mediado pela arquiteta e pesquisadora Ana Pessoa, conhecida por seus estudos sobre a sociabilidade no Rio oitocentista. Em seguida, acontece uma roda de conversa com o professor da Universidade Federal de Goiás e diretor técnico da Elysium, Wolney Unes, e a historiadora e mestre em Memória e Acervo pela Fundação Casa Rui Barbosa, Rachel Wider. Para ela, promover eventos como este é essencial para a valorização do patrimônio arquitetônico. “Nós preservamos aquilo que conhecemos e nos conectamos, por isso se torna cada vez mais urgente esse tipo de iniciativa. E como o Art Déco é um estilo com força e sobrevivência em vários estados do país, nada mais justo que promovê-lo em uma ação de alcance nacional”, afirma a coordenadora acadêmica do circuito.

*Publicações inéditas e valorização da memória urbana*

Durante o evento, a Elysium lançará os livros “Arquitetura Art Déco no Brasil” e “Técnica e Arte no Jockey Club de São Paulo”, que documentam e analisam o estilo em diferentes regiões do país, com o objetivo de fomentar o debate sobre preservação e identidade.

Idealizado como uma ação nacional, o circuito passará ainda por cidades como Goiânia, Salvador e São Paulo, reunindo especialistas, pesquisadores e o público em encontros presenciais e publicações que dialogam com o centenário da Exposition Internationale des Arts Décoratifs et Industriels Modernes, realizada em Paris em 1925 — evento que consolidou o nascimento oficial do Art Déco.

*Serviço – 100 anos do Art Déco – Rio de Janeiro, capital Art Déco do Brasil*
*Data:* 14 de outubro
*Horário:* 15h
*Local:* Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) – Av. Augusto Severo, 8 – Glória, Rio de Janeiro

*Programação:*

– Mesa de debates com Júlio Bandeira, Márcio Roiter e Renato Gama Rosa (Mediação: Ana Pessoa);
– Roda de conversa com Wolney Unes e Rachel Wider;
– Lançamento dos livros: “Arquitetura Art Déco no Brasil” e “Técnica e Arte no Jockey Club de São Paulo”

Entrada gratuita

Realização: Elysium Sociedade Cultural

*Mais sobre os convidados*

Júlio Bandeira é jornalista, tradutor e escritor, doutor em Teoria e História da Arte pela Universidade de Essex (Reino Unido) e mestre em História do Brasil pela UFRJ. Atuou no Jornal do Brasil e foi editor da Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. É pesquisador da Biblioteca Nacional, sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e membro da Academia Brasileira de Arte. Publicou mais de 20 livros e catálogos sobre artistas viajantes que retrataram o Brasil, com destaque para Thomas Ender e Jean-Baptiste Debret.

Renato Gama Rosa é arquiteto e urbanista formado pela UFF, mestre em Arquitetura e doutor em Urbanismo pela UFRJ, com estágio doutoral no Institut d’Urbanisme de Paris e pós-doutorado no CES/Universidade de Coimbra. Pesquisador da Fiocruz, é chefe do Núcleo de Estudos em Urbanismo e Arquitetura em Saúde da Casa de Oswaldo Cruz. Atua como docente do Programa de Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde (Fiocruz) e lidera o grupo de pesquisa “Saúde e Cidade”, do CNPq.

Márcio Roiter é fundador e presidente do Instituto Art Déco Brasil, criado em 2005, e uma referência internacional no tema. Atuou em exposições no Brasil, França e Portugal, incluindo A Casa Art Déco Carioca e Art Nouveau & Art Déco: Estilos de Sedução. Foi palestrante em congressos mundiais em Nova Iorque, Melbourne e Montreal, além de organizador do XI World Congress on Art Déco, realizado no Rio de Janeiro e em São Paulo. Recebeu prêmios e condecorações no Brasil e no exterior, e tem atuação destacada em projetos de revitalização de importantes edifícios históricos.

Ana Pessoa é arquiteta formada pela FAU/UFRJ, doutora em Comunicação e Cultura pela ECO/UFRJ e pós-doutora pelo CITAR/EA-CP, no Porto. Iniciou sua carreira na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM) em 1976 e ocupou funções de gestão em diversas instituições culturais. Desde 1996, é pesquisadora da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), onde dirigiu o Centro de Memória e Informação entre 2003 e 2015. Atualmente, é docente do Programa de Pós-Graduação em Memória e Acervos da FCRB, que coordenou entre 2020 e 2022. É sócia titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Rachel Wider é historiadora especializada em patrimônio cultural e mestre em Memória e Acervo pela Fundação Casa Rui Barbosa. Atua desde 2009 em projetos nas áreas de cultura, turismo e história. Em 2019, publicou um capítulo no livro A história do Brasil nas duas guerras mundiais. Foi gestora do Palacete dos Tavares Guerra entre 2020 e 2022, coordenando sua recuperação e programação cultural. Desde 2023, atua também em projetos de arqueologia voltados ao patrimônio material. Colabora com a Elysium Sociedade Cultural em iniciativas como o restauro das Ruínas de São José da Boa Morte e integra o NEPAC/UFOP, núcleo de pesquisa em Direito do Patrimônio Cultural.

Wolney Unes é doutor pela Unesp e professor da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás (UFG) desde 1991, promovido a titular em 2024. Lecionou em instituições internacionais como a Université Stendhal (França), o Seminário de Traunstein (Alemanha), o Instituto Afro-Asiático (Áustria) e a Universidade do Pacífico (EUA). Autor de mais de 20 publicações sobre música e patrimônio, foi indicado três vezes ao Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. Criador do Goyaz Festival (2005–2010), produziu mais de uma dezena de CDs, incluindo coletâneas da obra de Camargo Guarnieri. Atuou também na organização de mostras sobre a história de Goiânia, do Iphan e do jornal O Popular. Engenheiro civil com mais de 40 anos de experiência, foi auditor de edificações da Prefeitura de Goiânia e integra diversos conselhos culturais. Atualmente, é diretor técnico da Elysium Sociedade Cultural, conciliando docência, pesquisa e projetos de restauração. Podcast edinhotaon/ Edno Mariano